Cea-Sapucaia do Sul

Sapucaia do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
O Centro de Estudos Ambientais CEA-SAPUCAIA é uma entidade civil sem fins lucrativos. Esta entidade surgiu da iniciativa de pessoas voluntárias que tinham o desejo de interagir melhor em sua comunidade no sentido de que as muitas agressões ao meio ambiente pudessem ser evitadas. O CEA-SAPUCAIA Tem como objetivo primordial a educação ambiental e, também, procurar identificar as agressões ao meio ambiente junto às autoridades para que estas tomem as atitudes necessárias.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ACIDENTE NO MORRO DO CHAPÉU FAZ SESSENTA ANOS








Neste ano de 2010, completa sessenta anos da ocorrência de um acidente aéreo ocorrido em 28 de julho de 1950. Neste acidente, um avião Constellation da Panair chocou-se contra o Morro do Chapéu (morro de formato comprido, situado próximo à divisa com Gravataí), matando passageiros e tripulação, sendo, ao todo, 51 pessoas.
Talvez a publicação mais detalhada que se tenha sobre este acidente seja o livro Acidente no Morro do Chapéu escrito por Abrão Aspis. Neste livro, é narrado através do testemunho de um controlador de voo do então aeroporto São João – que, mais tarde seria rebatizado de Aeroporto Salgado Filho – os momentos finais do Lockeed L.049-46-26 Constellation, prefixo PP-PCG (sua foto aparece acima) antes de chocar-se contra Morro do Chapéu. Neste livro há, também, um pequeno depoimento do jornalista Flávio Alcaraz Gomes, o primeiro repórter que chegou ao local no amanhecer logo após a tragédia. Neste depoimento, o jornalista menciona que chegou ao local entre o Morro Chapéu – onde bateu o avião – e uma pequena elevação rochosa, situada atrás do Morro do Chapéu. Neste local caíram pedaços da aeronave. Quando chegou a este local, o jornalista sentiu um forte cheiro de carne queimada e, então, viu membros humanos espalhados no vale entre estes dois morros, estando alguns dos membros ainda em processo de carbonização.
Por informação do livro, sabe-se que a aeronave veio em um voo direto do Rio de Janeiro. É informado, também, que o piloto desistiu do pouso por duas vezes, devido à falta de visibilidade da pista, que, então, se achava coberta por uma forte cerração. Então, quando o piloto tomou a iniciativa para tentar pousar pela terceira vez, fez uma curva muito longa com o avião e, mantendo a aeronave estável a uma altura de aproximadamente trezentos metros, acabou por atingir as áreas de morros, situadas a oeste da capital gaúcha, onde há elevações da mesma altura em que estava a aeronave. Foi assim que o avião acabou se chocando contra o Morro do Chapéu, ocasionando o maior acidente aéreo da história da aviação gaúcha até hoje.
Odi Silva, presidente do CEA-SAPUCAIA relata que “na época do acidente, eu era ainda muito novo (tinha apenas um ano de idade). Mais tarde, ouvi muitos relatos de meu pai, que dizia que, no dia do acidente com a aeronave, ocorria uma chuva muito fina e os morros estavam cobertos de cerração”. Odi Silva conta ainda que, segundo seu pai, a casa onde moravam situava-se no vale da Fazenda dos Prazeres, entre o Morro do Chapéu e Morro Sapucaia; quando o Constellation passou próximo à casa, voando muito baixo, podia-se imaginar um possível acidente aéreo. E, de fato, foi isso que aconteceu.
Nas proximidades do local onde ocorreu o acidente, atualmente tem lugar todos os anos o Festival de Pandorgas, atividade promovida pelo CEA-SAPUCAIA (acima vê-se a foto do instante em que as pandorgas são lançadas no ar, tendo ao fundo o Morro do Chapéu na parte próxima ao local onde o houve o choque do Constellation). Nesta atividade, através da brincadeira com a Pandorga, busca-se incentivar nos estudantes a consciência ambiental. Segundo Odi Silva, o Festival de Pandorgas, além de ser um acontecimento que ressalta as coisas relacionadas ao meio ambiente, veio para mudar a história do Morro do Chapéu. Muito embora hoje não se tenha o mínimo sinal da grande tragédia que ali houve, o presidente do CEA-SAPUCAIA ressalta que foi com o Festival de Pandorgas que aquela localidade adquiriu uma nova significação, uma vez que passou a ter um sentido de alegria e celebração da beleza dos recursos oferecidos pelo meio ambiente.
Odi Silva declarou que fora sua decisão realizar o Festival de Pandorgas naquela localidade. Odi Silva justifica sua escolha, dizendo que “as belezas naturais ali existentes representam a majestade do meio ambiente e que isso por si só justifica ele ser valorizado como um local que, acima de tudo, preserva a vida”.